Texto para o Tudo de Blog da Capricho.
É engraçado como religião, que é uma coisa tão bonita, acaba gerando tantas brigas. Pra mim, Deus é um só. Não tem essa de “eu sou católica”, “eu sou evangélica” ou qualquer religião que venha a ser inventada. Quem presta, um pouquinho que seja, de atenção nas aulas de história, sabe muito bem que a Igreja Católica não é a religião mais pura do mundo. E a evangélica não fica atrás, é só ler jornal.
O problema, se é que assim pode ser chamado, não é qual religião você segue: é seguir crenças sem contestá-las. É ouvir o pastor, o padre ou o Papa e acreditar piamente no que foi dito.
Faço faculdade de jornalismo e, antes mesmo de começar o curso, aprendi que não há verdade absoluta. Cada versão de um fato vem carregada de costumes e crenças que silenciosamente temos e muitas vezes não contestamos. Ninguém pára pra pensar que acreditamos em alguém que dizia ser filho de uma virgem, que pouco mais de dois mil anos atrás era um absurdo ter um filho sem ser casado (e hoje, infelizmente, não continua sendo ?), e que inventar que seu filho é filho de Deus ou que o boto te pegou numa noite de lua cheia era o argumento mais plausível.
Não estou dizendo que não acredito em Deus. Acredito não só Nele, mas que algo superior está presente em nossas vidas. E acredito que um mundo sem fé é também um mundo mais difícil de viver. E tenho minha própria fé. Não sou católica, não sou evangélica, judia ou atéia. Sou cristã. Não rezo todos os dias antes de dormir - converso com meu Deus. Não vou a Igreja todos os domingos – vou quando quero, quando me sinto bem dentro de uma: de pouco adianta ir a missa e dormir durante o sermão. Eu acredito no que quero acreditar. Porque no final das contas... o Deus em que eu acredito só quer me ver feliz.
Feliz. E não obrigada a seguir uma fé cega, que engana, rouba, e faz tudo aquilo o que Deus não quer.
3.17.2008
Fé cega, faca amolada
Posted by A. | 13:16 |