4.18.2008

Do outro lado Capote lhe manda "alô", rindo para não chorar.

Ao mesmo tempo em que temos estampado nos jornais um exemplo hediondo de pais, o qual deixa crianças confusas e desconfiadas até mesmo de quem as gerou, temos também a família de Alexandre Nardoni.

O pai de Alexandre, Antônio Nardoni, advogado, recebeu a notícia da queda de Isabella antes mesmo do resgate e trata o caso como trataría um caso qualquer, levado a seu escritório. Dá entrevistas e afirma que o filho e a madrasta não mataram a menina.

A irmã, suspeita de cúmplice também conversa com a mídia e vira-e-mexe está em algum programa shownalista e também afirma que o irmão não cometeu crime algum.

Não há declarações da mãe.

O que acho até certo ponto ironico é como uma família consegue ser e não ser tão unida ao mesmo tempo. Não se sabe quem matou Isabella, mas todas as evidências correm para que os assassinos tenham sido Anna Carolina Jatobá, madrasta, e o pai. Caso os dois realmente tenham feito tudo o que é dito pela mídia, a única coisa que vai me chocar é o fato de que o avô permaneceu sabendo do crime sem fazer nada a respeito.

Mais do que um pai, que supostamente vê a mulher enforcando a filha e nada faz, me choca o fato de um avô permanecer imune diante disso. Como um avô lida com a morte da neta tão friamente ? Como um avô luta a morte da neta tentando livrar a cara do filho ? Dizem que amor de pai e mãe é amor maior do mundo. Nego. Amor de vô e vó é duas vezes maior.

Por vezes, me coloco no lugar de Alexandre e imagino se fosse eu. Meu pai não abriria as portas de casa caso tivesse jogado meu filho do sexto andar. E isso não o faz menos pai, mas sim mais avô. Me pergunto o que leva alguém a encobrir o filho quando este supostamente causou a morte da neta.



Nem Capote saberia o que dizer.